Divisão Acadêmica do Cérebro

Você sabia que nosso Cérebro é dividido em várias parte? Luria fazia uma analogia do cérebro com uma orquestra, onde possui diversos instrumentos diferente e que precisam entrar em sintonia para que seja uma sinfonia perfeita. Lindo, né?

O sistema nervoso central é dividido em estruturas anatômicas que contribuem para o melhor entendimento do funcionamento cerebral. A medida que as tecnologias de imagem foram desenvolvidas, mais classificações foram criadas. Para facilitar o estudo, explico sobre os lobos cerebrais e como eles impactem o funcionamento humano.

Antes de falar dos lobos, é importante destacar que o encéfalo é dividido em dois hemisférios que estão unidos por comissuras, sendo a principal dela é o Corpo Caloso. Nele se encontram as regiões anterior, posterior e retroesplenial, com conexões e funções distintas. O corpo caloso divide o cérebro em hemisfério direito, que é responsável aspectos como pensamentos mais concretos e racionais, habilidades espaciais, reconhecimento de faces e, detecção e resposta a estímulos inesperados. Enquanto o hemisfério esquerdo é responsável pela linguagem e controla a metade direita do corpo e vice-versa, em razão de um cruzamento de fibras nervosas no bulbo. 

A ciência decidiu, para fins de estudos, dividir o encéfalo em lobos cerebrais. São ao total quatro divisões: (1) Lobo Frontal, responsável pelas funções superiores, como função executiva (controle inibitório, planejamento, raciocínio lógico-matemático); (2) Lobo Parietal, responsável pela regulação da temperatura, pressão, pela dor; (3) Lobo Temporal, responsável pela audição, memória e emoções, onde está localizado o sistema límbico. Divide-se em regiões pós-central e parietal; (4) Lobo Occipital, responsável principalmente pela visão e possui ligação com todo sistema nervoso (Miotto, 2017). A seguir, esses lobos serão melhor descritos.

Legenda: Lobos Cerebrais. Imagem do site todamateria.com.br

Frontal 

Localizado na parte da frente do cérebro, é responsável pelas funções mentais superiores como planejamento de ações e movimento, bem como o pensamento abstrato. É o lobo que torna o encéfalo humano diferente dos demais animais. É uma região ativada, principalmente, quando há elaboração de um planejamento, ou seja, se depara com desafio, onde o indivíduo terá que descobrir uma sequência de ações que minimize o número de manipulações necessárias para resolvê-la. A decisão de quais sequências de movimento ativar e em que ordem, além de avaliar o resultado, é feito pelo córtex-frontal. Suas funções incluem o pensamento abstrato e criativo, a fluência do pensamento e da linguagem, afetividade e capacidade para ligações emocionais, julgamento social, vontade e determinação para ação e atenção seletiva, programação de necessidades individuais. Lesões nesta área pode causar mudanças comportamentais drásticas.

Parietal

Localizado na região superior do cérebro, é constituído por duas subdivisões, a anterior e a posterior. Tais áreas podem ser chamadas de córtex somatossensorial, que tem a função de possibilitar a percepção de sensações dor, tato, gustação, temperatura, pressão. A zona anterior é responsável em receber os estímulos do ambiente e representa todas as áreas do corpo humano. É a zona mais sensível, logo ocupa mais espaço do que a zona posterior, uma vez que tem mais dados a serem interpretados, captados pelos lábios, língua e garganta. Já a zona posterior é uma área secundária e analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela anterior, que é a zona primária, permitindo ao indivíduo se localizar no espaço, reconhecer objetos através do tato (Miotto, 2017).

Temporal

Acima das orelhas está localizada o Lobo Temporal, que têm funções como, processar os estímulos auditivos, onde as informações são processadas por associação. Quando a área auditiva primária é estimulada, os sons são produzidos e enviados à área auditiva secundária, que interage com outras zonas do cérebro, atribuindo um significado e assim permitindo ao indivíduo reconhecer o que ouve, a memória e a emoção também fazem parte das funções desta parte do cérebro (Miotto, 2015).

Occipital

Lobo Occipital, localizado na parte inferior do cérebro e coberto pelo córtex cerebral, processa os estímulos visuais, por isso também é conhecido por córtex visual. Possuem várias subáreas que processam os dados visuais recebidos do exterior depois destes terem passado pelo tálamo, uma vez que há zonas especializadas a visão da cor, do movimento, da profundidade, da distância e assim por diante. Depois de passarem por esta área, chamada área visual primária, estas informações são direcionadas para a área de visão secundária, onde são comparadas com dados anteriores. O significado do que vemos, porém, é dado por outras áreas do cérebro, que se comunicam com a área visual, considerando as experiências passadas e nossas expectativas. Isso faz com que o mesmo objeto não seja percepcionado da mesma forma por diferentes pessoas. Quando esta área sofre uma lesão provoca a impossibilidade de reconhecer objetos, palavras e até mesmo rostos de pessoas conhecidas. Esta deficiência é conhecida como agnosia (Miotto, 2017).

Sistema Límbico

O sistema límbico não entra nas divisões dos lobos como as outra áreas, porém, é uma regiões de suma importância uma vez que é responsável por atividades como emoções, memória e aprendizado, regulação de sono e sensação de medo. É composto pelo Hipotálamo (responsável pelo sistema autônomo que terá outro post sobre essa classificação), Giro do Cíngulo (reação emocional frete a dor e regulação de comportamentos agressivos), Hipocampo (memória) e Amígdala (emoções) (Fuentes 2015).

Conhecia sobre os lobos cerebrais? Tem alguma dúvida? Deixa um comentário

Abraços,

Vívian F. Mendonça

Referências:

Abrisqueta-Gomez, J. (2009). Reabilitação neuropsicológica: abordagem interdisciplinar e modelos conceituais na prática clínica.Artmed Editora.

Miotto, E. C. (2015) Reabilitação neuropsicológica e intervenções comportamentaisRoca Editora.

Malloy-Diniz, L. F., Mattos, P., Abreu, N., & Fuentes, D. (2015). Neuropsicologia: aplicações clínicas. Artmed Editora.

Pontes, L. M. M., & Hübner, M. M. (2008). A reabilitação neuropsicológica sob a ótica da psicologia comportamental.  Revista de Psiquiatria Clínica, 35(1), 6- 12.

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